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Um
novo jeito
de viver
a vida
Idelmir A Petrazzini
Corretor de Imóveis
CRECI-SC 64108F
(48) 99124-6407
A Qualidade que não é de vida
Capítulo 4: Rastros de um Passado Esquecido
Era sexta feira, a chuva incessante transformava as ruas de Santa Rosa em um mosaico de reflexos das luzes dos postes. Na casa localizada na parte antiga da cidade, Gabriel e Maria estavam imersos em um ritual que já se tornara habitual: a leitura das cartas de Helena. Espalhadas sobre a mesa, aquelas páginas desbotadas pareciam carregar não apenas histórias do passado, mas também enigmas que desafiavam o casal a desvendar.
— "Pedro está cada vez mais distante, envolvido com questões que eu mal consigo compreender," leu Maria, com um tom de preocupação na voz.
— "Ele menciona reuniões que acontecem em locais que eu não conheço. Dizem que na prefeitura, o maior prédio da cidade, homens influentes discutem o futuro de Santa Rosa. Mas eu temo que esses encontros sejam mais do que aparentam."
Gabriel cruzou os braços, pensativo.
— Então, na década de 40, essas reuniões aconteciam na prefeitura? Acho que Pedro estava mais envolvido na política local do que pensávamos.
Maria assentiu, com os olhos ainda fixos na carta.
— E Helena parecia desconfiar de algo. Mas, veja só, Gabriel, ela escreveu algo curioso aqui: "A casa onde vivemos guarda rastros de histórias que se entrelaçam com as mudanças desta cidade. O passado nunca está completamente enterrado."
Gabriel franziu o cenho.
— Será que ela está falando de algo escondido aqui, na nossa casa?
O silêncio tomou conta do ambiente, quebrado apenas pelo som da chuva contra as janelas. O imóvel, encontrado por meio da Rummo Imóveis, parecia ser muito mais do que um simples lar para Gabriel e Maria. Ele era um portal para um passado cheio de camadas e segredos.
Na manhã seguinte, movidos pela curiosidade, o casal decidiu explorar mais a fundo a história da cidade onde moravam. Caminhando primeiro pelas ruas locais, e depois subindo pela Av. Rio Branco, chegaram até a praça 10 de agosto onde esta localizado o Museu Municipal de Santa Rosa. O lugar exalava uma aura de mistério, contracenando com os instrumentos e utensílios usados desde a formação da cidade.
No Arquivo Histórico Municipal, com prateleiras abarrotadas de documentos, fotografias e livros, foram recebidos pelo Sr. Álvaro, um historiador apaixonado pela cidade. Ao ouvirem sobre as cartas de Helena, seus olhos se iluminaram.
— Ah, a parte antiga da cidade... Ela guarda histórias fascinantes. E,... sim, nos anos 40/50, muitos moradores tinham uma ligação direta ou indireta com a prefeitura, que era o coração político da região.
Gabriel perguntou, ansioso:
— E sobre Pedro? Há algo nos registros sobre ele?
O Sr. Álvaro folheou lentamente um livro de anotações da época.
— Pedro era um homem reservado, mas envolvido em questões que ultrapassavam a política convencional. Há menções a ele em reuniões realizadas em locais não oficiais, como cafés e casas de amigos influentes. Mas há um detalhe interessante... Ele fez uma pausa dramática.
— Parece que ele estava investigando algo por conta própria.
Maria inclinou-se para frente.
— Investigando o quê?
O historiador suspirou.
— Isso ninguém sabe ao certo. Mas há rumores de que algumas decisões importantes da cidade não eram tomadas na prefeitura, e sim em encontros privados. Pedro pode ter se envolvido em algo que ia além do esperado para sua posição.
De volta para casa, Gabriel e Maria passaram o resto da tarde revirando cada canto do imóvel, em busca de pistas mencionadas por Helena. Quando já era noite, eis que atrás de um rodapé solto no quarto, Gabriel encontrou um pequeno envelope escondido. Dentro dele havia uma chave antiga e uma nota escrita à mão: "Nem tudo o que foi dito permanece no papel. Às vezes, as respostas estão nas portas que ainda não abrimos."
Maria olhou para Gabriel, com os olhos arregalados.
— O que será que isso significa?
Enquanto preparavam o jantar, o silêncio era absoluto.
Naquela noite, enquanto se deitavam, o mistério parecia mais próximo e, ao mesmo tempo, mais distante do que nunca. a casa antiga, o bairro histórico, as cartas de Helena e a chave misteriosa formavam um quebra-cabeça incompleto.
O que Pedro estava investigando? Qual era o papel de Helena em tudo isso? E que portas aquela chave poderia abrir?
A chuva havia cessado, mas o silêncio da noite trouxe ainda mais perguntas. Gabriel olhou para Maria e sussurrou:
— Vamos descobrir, Maria. Custe o que custar, vamos descobrir.
Maria enquanto acariciava seu vente, ainda lembrou:
— Amanhã é domingo...
E, enquanto os dois se entregavam ao sono, Santa Rosa parecia esconder em suas ruas e prédios antigos a resposta para enigmas que ainda ecoavam pelo tempo.
Santa Rosa, 18/01/2025.​
Agradecimentos/Créditos a Rummo Imóveis Ltda