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A Qualidade que não é de vida

Capítulo 3

Presos em uma roda gigante

​​​​    As primeiras semanas na nova casa, foram um misto de ruptura e adaptação para Gabriel e Maria.  A sensação de segurança no novo lar trouxe conforto, mas a rotina de trabalho de Gabriel parecia não dar trégua.  As longas horas na fábrica, combinadas com a pressão de ser um dos funcionários mais experientes do setor, começaram a pesar em seus ombros.

   Maria, por sua vez, dividia seus dias entre a organização do apartamento e os preparativos para a chegada do bebê.  Ela havia transformado o espaço em um ambiente aconchegante e funcional, mas a solidão que sentia durante o dia era cada vez mais evidente.     A nova cidade, embora promissora, ainda parecia distante de se tornar um lar completo.

   Certa manhã, enquanto tomavam café, Maria desabafou:
   — Gabriel, você já viu como estamos vivendo? Parece que estamos sempre correndo atrás de algo, mas nunca realmente aproveitando nada.

   Gabriel olhou para a xícara de café em suas mãos e suspirou.
   — Eu sei, Maria.  Às vezes parece que estamos presos em uma roda gigante, rodando sem parar.  A mudança para a nossa casa, nos deu um lar, mas ainda sinto que falta alguma coisa.

   Nesse dia, Gabriel saiu para o trabalho com aquelas palavras ecoando em sua mente.  Na fábrica, enquanto lidava com o barulho ensurdecedor das máquinas e as metas cada vez mais ambiciosas, ele percebeu que estava ligado no piloto automático.  O peso da responsabilidade e a expectativa pelo bebê tornaram tudo mais difícil, e ele começou a se perguntar até que ponto aquele sacrifício fazia sentido.

   Enquanto isso, Maria decidiu agir.  Ela se lembrou de Dona Carmem, a corretora da Rummo Imóveis, cuja simpatia e conhecimento sobre a cidade deixou uma impressão positiva.  Maria ligou para ela, pedindo conselhos sobre como se conectar melhor com a comunidade local.

   Dona Carmem foi receptiva e cheia de ideias:
   — Maria, você precisa conhecer a feira comunitária que acontece todo sábado no centro da cidade.  É o coração de Santa Rosa.  Lá você vai encontrar desde barracas de artesanato até comidas típicas, além de conhecer pessoas que vão adorar lhe receber.

   Maria se animou com a ideia.  No sábado, enquanto Gabriel descansava de uma semana exaustiva, ela foi até a feira.  Logo ao chegar, foi envolvido pela energia do lugar: música ao vivo, risadas de crianças correndo entre as barracas, o cheiro de chimarrão e pratos regionais enchendo o ar.

   Dona Carmem a esperava perto de uma barraca de mel artesanal.  Apresentou Maria a várias pessoas da comunidade, e, em poucas horas, Maria sentiu como se finalmente começasse a pertencer àquele lugar.  Ela voltou para casa renovada, e ansiosa  para compartilhar tudo com Gabriel.

   — Você deveria ir comigo na próxima vez, Gabriel — sugeriu, enquanto contava sobre as conversas, os sabores e as histórias que ouvira na feira.
   — Parece incrível, Maria, mas, honestamente, eu nem sei se tenho energia para isso…

   — respondeu Gabriel, com o cansaço evidente em seus olhos.

   Na segunda-feira, Gabriel foi chamado para uma reunião com o coordenador da empresa.  O recado era claro: a fábrica aumentaria as metas, exigindo ainda mais dos funcionários.  Ele saiu da reunião com um peso no peito e um nó no estômago, sentindo que estava se afastando cada vez mais da vida que sonhava para si e para sua família.

   Naquela noite, durante o jantar, ele não conseguiu mais esconder o que sentia:
   — Maria, eu não sei quanto tempo mais consigo continuar assim.     O trabalho está me consumindo, e eu tenho medo de que, quando nosso filho nascer, eu nem tenha forças para ser o pai que quero ser.

   Maria segurou a mão de Gabriel com firmeza, os olhos cheios de preocupação, mas também de determinação.
   — Então precisamos mudar.  Não podemos continuar vivendo assim.  Talvez possamos encontrar uma alternativa.  Quem sabe a Rummo Imóveis ou até mesmo as pessoas que conheci na feira podem nos ajudar a descobrir novas oportunidades.

   As palavras de Maria plantaram uma semente de esperança em Gabriel.  Eles sabiam que não seria fácil, mas decidiram, juntos, buscar formas de equilibrar a vida e o trabalho.  Talvez o segredo estivesse em olhar para além da rotina e explorar o que Santa Rosa realmente tinha a oferecer.

   E, enquanto discutiam seus próximos passos, as cartas de Helena e Pedro voltaram a ser mencionadas.  Maria sentiu que havia algo mais naquela história, algo que poderia inspirá-los a encontrar um novo caminho.

   Naquela noite, enquanto o vento soprava pelas janelas, Gabriel e Maria se abraçaram, certos de que estavam prestes a iniciar outra jornada  — não apenas de sobrevivência, mas de construção de uma vida que realmente valesse a pena.

​

Santa Rosa,  28/12/2024​

Agradecimentos/Créditos a Rummo Imóveis Ltda.

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