
.png)
Um
novo jeito
de viver
a vida
Idelmir A Petrazzini
Corretor de Imóveis
CRECI-SC 64108F
(48) 99124-6407
A qualidade que não é de vida:
Capítulo 5:
A Chave para o Inesperado
O domingo amanheceu com uma leve neblina cobrindo as ruas de Santa Rosa, conferindo à cidade uma atmosfera quase onírica. Gabriel e Maria, ainda intrigados pela descoberta da chave antiga, decidiram aproveitar o dia para explorar possíveis pistas que pudessem conectar a chave ao mistério das cartas de Helena.
Enquanto tomava o café da manhã, Maria alisava carinhosamente o ventre, agora levemente arredondado, e refletia em voz alta:
— Gabriel, se essa chave foi escondida com tanto cuidado, ela deve abrir algo importante. Talvez um baú, uma gaveta... ou até uma porta esquecida.
Gabriel, mais pragmático, respondeu enquanto colocava a louça na pia:
— Pode ser, mas precisamos de mais pistas. A nota falou sobre portas que ainda não abrimos. Pode ser algo simbólico... ou literal.
Decidiram começar pelas imediações da casa. O bairro antigo, com suas ruas de paralelepípedos e casas de janelas altas, parecia esconder segredos em cada esquina. Durante o passeio, passavam por uma loja de antiguidades. Na vitrine, um cartaz desbotado anunciava: “Coleções e histórias para desvendar.”
Intrigados, ao se aproximarem, foram recebidos pela proprietária, que mora ao lado, e que ao percebe-los saiu em sua direção convidando-os a conhecer a loja. Já reunidos com Dona Clara, uma senhora de cabelos brancos que parecia tão antiga quanto aos objetos ao seu redor. Gabriel mostrou a chave, esperando que ela pudesse oferecer alguma informação.
— Ah, essa chave... — murmurou Clara, ajustando os óculos enquanto a examinava. — É uma chave de cofre. Não dos cofres modernos, mas daqueles antigos, usados ​​por bancos ou comerciantes de confiança nos anos 40.
Maria, surpresa, perguntou:
— Há algum lugar aqui em Santa Rosa que ainda tenha esses cofres?
Dona Clara sorriu enigmaticamente.
— Tinha vários no antigo armazém do Sr. Alfredo, que ficava na Rua Caxias. Dizem que ele era usado não apenas para armazenar mercadorias, mas também como locais de reuniões secretas.
O casal seguiu as orientações e encontrou o prédio: um armazém abandonado, com janelas empoeiradas e uma porta de madeira envelhecida. Gabriel tentou usar uma chave para abrir a porta, mas ela não servia. Contudo, não estava chaveada. Dentro do armazém, o local era amplo mas um pouco abafado, com algumas frestas. Parecia que alguém pernoitava ali. Algum mendigo talvez. Ao observar melhor o local, Gabriel notou que parte de uma parede não seguia a aparência do restante. Tentou força-la... ela cedeu, e Gabriel encontrou algo inesperado: um pequeno cofre embutido naquele lugar, com uma fechadura que parecia combinar perfeitamente com a chave.
Com o coração acelerado, Gabriel inseriu a chave e girou. O clique do mecanismo foi seguido por um ranger baixo. Dentro do cofre havia um caderno de capa dura, amarelado pelo tempo, e um mapa rudimentar de Santa Rosa, com vários pontos marcados à mão.
— O que é isso? — murmurou Maria, pegando o caderno com cuidado.
As primeiras páginas continham anotações de Pedro, mencionando locais de encontros, nomes de pessoas influentes da cidade e referências a um "plano" que parecia envolver a prefeitura e algumas figuras importantes da época.
Maria colocou a mão sobre o ventre, como se protegesse o bebê.
— Gabriel, acho que estamos lidando com algo muito maior do que imaginávamos.
Gabriel fechou o caderno com firmeza.
— Vamos levar isso para casa. precisamos analisar com calma.
Enquanto caminhavam de volta, a neblina começou a se dissipar, mas o peso do que havia encontrado parecia envolvê-los como um véu invisível. O mistério não era apenas sobre Helena e Pedro. Santa Rosa parecia estar escondida em segredos que o tempo havia enterrado — mas não esquecido.
Ao chegar em casa, Gabriel colocou o caderno e o mapa sobre a mesa, enquanto Maria preparava um chá para aliviar o cansaço. Antes de abrir o caderno novamente, Gabriel notou algo curioso: um envelope fino, escondido entre as últimas páginas, selado com um símbolo desconhecido.
— Tem mais aqui, Maria. Parece que alguém não queria que isso fosse encontrado.
Com as mãos trêmulas, Maria abriu o envelope. Dentro, havia uma única folha, com uma mensagem enigmática escrita em letras cuidadosamente desenhadas:
"Nem todos os aliados são quem dizem ser. Cuidado com quem você confia."
Gabriel e Maria se entreolharam, o peso das palavras emparelhando no ar. Quem teria deixado aquele aviso? E, mais importante, a quem ele se refere?
Naquele momento, um trovão distante ecoou pela cidade, como se o próprio céu anunciasse sobre os desafios que estavam por vir.
— Vai chover outra vez!, exclamou Maria.
O casal sabia que para seguir adiante, não eram apenas os mistérios do passado, mas também as sombras que ainda habitavam o presente.
O que mais estaria escondido nas páginas do caderno? E como o aviso misterioso poderia afetar os próximos passos de Gabriel e Maria?
​​
Santa Rosa, 08/02/2025.​
Agradecimentos/Créditos a Rummo Imóveis Ltda